No Dia do Citricultor, celebrado em 8 de junho, setor destaca inovação, gestão estratégica e desafios enfrentados por quem cultiva a fruta símbolo do Brasil rural.
No dia 8 de junho, o Brasil comemora o Dia do Citricultor, homenageando os homens e mulheres responsáveis pelo cultivo de frutas cítricas como laranja, limão, tangerina e outras variedades que fazem parte do cotidiano dos brasileiros. A data não é apenas uma celebração, mas um momento de reflexão sobre os desafios de gestão, inovação e sustentabilidade no setor citrícola.
O Brasil é o maior produtor mundial de laranjas e também um dos principais exportadores de suco da fruta, sendo referência global na citricultura. Essa liderança, no entanto, exige não apenas técnica no campo, mas capacidade de gestão eficiente, planejamento estratégico e adaptação constante às novas demandas do mercado e do meio ambiente.
A gestão na citricultura envolve diversos pilares: controle de pragas e doenças, como o greening, manejo sustentável do solo, uso racional da água, análise de mercado, logística de distribuição e investimentos em tecnologia. Um bom citricultor, hoje, precisa ser também um gestor rural completo.
Nos últimos anos, a profissionalização da atividade citrícola avançou consideravelmente. Pequenos e médios produtores têm buscado capacitação em áreas como planejamento financeiro, marketing rural e uso de tecnologias digitais para melhorar a tomada de decisão e aumentar a rentabilidade da produção.
A chamada agricultura 4.0 já chegou aos pomares. Drones, sensores, softwares de monitoramento, imagens de satélite e análise de dados ajudam os citricultores a identificar pontos de estresse nas plantas, prever colheitas, acompanhar o clima e reduzir perdas. Tudo isso contribui para uma gestão mais precisa e eficiente.
Entidades como o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) têm desenvolvido pesquisas, promovido capacitações e oferecido suporte técnico aos produtores, auxiliando na gestão integrada das propriedades e no enfrentamento de ameaças sanitárias que colocam em risco a produção.
O combate ao greening, considerada a doença mais devastadora da citricultura, exige ação coordenada e gestão coletiva. O citricultor precisa atuar em conjunto com vizinhos, cooperativas e órgãos públicos, adotando medidas como o monitoramento constante e a erradicação de plantas contaminadas.
A sustentabilidade também se tornou um componente essencial na gestão da citricultura. Boas práticas agrícolas, certificações ambientais, conservação de recursos naturais e responsabilidade social são exigências cada vez mais presentes nos mercados consumidores, tanto no Brasil quanto no exterior.
A cadeia da citricultura movimenta bilhões de reais anualmente, gerando empregos diretos e indiretos no campo e na indústria. Para garantir competitividade, os citricultores precisam de políticas públicas que apoiem o crédito rural, a infraestrutura logística e a pesquisa científica.
No contexto da gestão familiar, muitos produtores estão investindo na sucessão rural, capacitando as novas gerações não apenas no cultivo, mas também na administração moderna do negócio. O citricultor de hoje precisa entender de custos, gestão de pessoas e estratégias de mercado.
Além da produção in natura, o setor também investe em diversificação e agregação de valor, com a produção de sucos, óleos essenciais, doces e outros derivados. Essa verticalização da produção permite que o citricultor tenha novas fontes de renda e maior controle sobre a cadeia.
Outro ponto em destaque é o crescimento do consumo de frutas cítricas como parte de dietas saudáveis e funcionais. Esse movimento abre espaço para campanhas de valorização da produção local e aproximação com o consumidor, valorizando o trabalho do citricultor e incentivando o consumo consciente.
A gestão comercial também ganhou força no setor, com produtores investindo em marketing digital, feiras, circuitos curtos de comercialização e até vendas diretas para o consumidor final, via e-commerce e redes sociais. Esse contato direto fortalece a marca e melhora os lucros.
No Dia do Citricultor, o reconhecimento se estende além do campo: vai para os escritórios, laboratórios, estufas, cooperativas e centros de pesquisa onde se desenham os rumos de uma citricultura mais inteligente, sustentável e competitiva. É o momento de destacar que produzir frutas é, acima de tudo, gerir vidas, terras e oportunidades com responsabilidade e visão de futuro.
Que o 8 de junho continue lembrando a todos que, por trás de cada suco de laranja, cada limonada e cada tangerina consumida, há o trabalho estratégico e incansável de um citricultor que, mais do que cultivar, administra com sabedoria o coração do campo brasileiro.
