junho 24, 2025

Brasil deve aproveitar COP30 para consolidar liderança em transição energética, afirmam executivos.

Especialistas destacam que a conferência internacional é oportunidade para o país atrair investimentos em energia limpa e migrar infraestruturas intensivas, como data centers, para território nacional.

O Brasil tem diante de si uma oportunidade histórica com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30. Para executivos do setor energético e ambiental, o evento pode ser o marco para o país assumir uma posição de vanguarda no cenário global da transição energética.

Durante o evento, que reúne líderes e especialistas de todo o mundo, o Brasil poderá apresentar suas estratégias para ampliar o uso de energias renováveis, consolidar projetos de infraestrutura sustentável e atrair investimentos internacionais em tecnologia limpa.

Segundo especialistas do setor, a COP30 não deve ser apenas um palco para discussões políticas, mas uma vitrine para o Brasil mostrar como sua matriz energética renovável, principalmente a hidroelétrica, eólica e solar, pode ser um modelo para outras nações em desenvolvimento.

Um dos setores que pode se beneficiar diretamente desse momento é o de infraestruturas intensivas em energia, como os data centers. Estes grandes centros de processamento e armazenamento de dados consomem enorme quantidade de energia elétrica, gerando preocupação ambiental e demanda por fontes mais limpas.

“A migração de data centers para o Brasil, por exemplo, é uma tendência que deve ser acelerada após a COP30”, afirma Ana Beatriz Martins, executiva de uma empresa de soluções energéticas sustentáveis. “Aqui, eles podem se beneficiar de uma matriz limpa, além de uma posição estratégica para atender mercados da América Latina.”

Essa movimentação pode trazer não só ganhos ambientais, mas também econômicos, gerando empregos qualificados, impulsionando inovação tecnológica e fortalecendo a economia local.

Outro ponto ressaltado é a necessidade de o país investir em infraestrutura de transmissão e distribuição de energia para suportar essa nova demanda de grandes consumidores, garantindo eficiência e segurança no fornecimento.

“Temos que preparar o país para receber investimentos massivos em energia limpa e, para isso, o desenvolvimento de redes inteligentes e a digitalização do setor elétrico são fundamentais”, avalia Carlos Menezes, diretor de uma multinacional de energia renovável.

Além dos data centers, outros segmentos que utilizam grandes volumes de energia, como indústrias de manufatura avançada e centros de pesquisa, também podem migrar para o Brasil, aproveitando os baixos custos de energia renovável e o compromisso ambiental do país.

Contudo, os executivos destacam que essa transição exige uma política pública clara e estável, com incentivos para investimentos e regulamentações que garantam segurança jurídica e operacional.

O Brasil, apesar dos avanços, ainda enfrenta desafios como a burocracia excessiva, a necessidade de modernização das leis ambientais e o aperfeiçoamento da governança para atrair capital estrangeiro.

Para superar esses obstáculos, representantes do setor privado propõem uma agenda integrada entre governo, empresas e academia, focada em inovação, desenvolvimento sustentável e inclusão social.

A COP30 pode ser o momento ideal para que o Brasil anuncie compromissos concretos e planos estratégicos para acelerar a expansão das energias renováveis e fortalecer sua posição no mercado global.

Além de impacto ambiental positivo, o país também poderá ampliar sua influência geopolítica, tornando-se referência para outros países emergentes que buscam caminhos para a descarbonização.

“O mundo está de olho em quem lidera essa transição energética, e o Brasil tem tudo para estar à frente, se souber usar a COP30 como um trampolim”, reforça Ana Beatriz.

Por fim, a expectativa dos executivos é que o evento inspire uma nova era de parcerias público-privadas, investimentos em tecnologia limpa e políticas que coloquem o Brasil como protagonista do futuro energético global.

A oportunidade está lançada, e o país precisa agir rápido para transformar potencial em realidade, com planejamento estratégico, inovação e sustentabilidade como pilares centrais.