junho 23, 2025

Deputado do PL é acusado de envolver família em esquema de desvio de verbas federais, revela PF.

Investigação aponta que Bosco Costa utilizou contato da esposa e filho para ocultar e negociar recursos públicos desviados.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (11) uma operação que investiga o envolvimento de Bosco Costa, deputado federal pelo Partido Liberal (PL), em um esquema de desvio de verbas federais. De acordo com as investigações, o parlamentar teria utilizado a conta bancária de sua esposa para receber valores oriundos de emendas parlamentares, que foram desviadas de maneira ilícita. O filho de Costa também seria parte fundamental do esquema, ocorrendo na negociação e ocultação de recursos públicos desviados, dificultando o rastreamento das transações.

O esquema envolvia a destinação de recursos federais destinados a obras e projetos públicos, que eram manipulados para beneficiários diretamente dos envolvidos. A PF acordou que, por meio de contas bancárias controladas pelos familiares da Costa, os valores foram repassados ​​e ocultados, com uma rede de intermediários facilitando as transações. A operação visa desmantelar a estrutura de lavagem de dinheiro e corrupção, e as autoridades acreditam que o caso poderá envolver outros parlamentares e figuras públicas com acesso a emendas.

A investigação teve início após a identificação de irregularidades em emendas parlamentares apresentadas por Bosco Costa, que foram comprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e órgãos de controle. O desvio de recursos federais por meio de emendas parlamentares é um problema recorrente no Brasil, sendo constantemente alvo de operações de combate à corrupção. Durante as investigações, foram encontrados documentos e registros bancários que comprovaram o envolvimento da família do deputado na transferência financeira ilícita.

De acordo com a PF, o filho de Costa desempenhou um papel crucial na negociação dos desvios, atuando como intermediário em transações e facilitando o repasse do dinheiro desviado para outras contas, muitas vezes de difícil rastreamento. As autoridades afirmam que essa rede de ocultação visava garantir que os recursos não fossem incluídos facilmente pelos órgãos de fiscalização e controle.

O deputado Bosco Costa, por meio de sua assessoria, negou todas as acusações, alegando que as transações financeiras envolvendo sua esposa estão dentro da legalidade. Em nota oficial, Costa afirmou que sua atuação como parlamentar sempre respeita a legislação vigente e que está disposto a colaborar com as investigações para provar sua inocência. A defesa também ressaltou que as transações bancárias de sua esposa são de natureza pessoal e não estão relacionadas com qualquer prática ilícita.

A operação e as denúncias geraram um grande impacto político. Líderes de diversos partidos, incluindo aliados e opositores do PL, se manifestaram cobrando maior transparência nas investigações e no processo de apuração das irregularidades. A oposição, em particular, questionou o uso de emendas parlamentares para fins pessoais e pediu a suspensão das atividades do deputado até que o caso seja esclarecido. Já os aliados de Costa ressaltaram que a acusação ainda é uma investigação em andamento e que o deputado tem direito à presunção de inocência.

O caso ainda está em andamento, e a PF informou que novas fases da operação poderão ser desencadeadas, com o objetivo de identificar outros possíveis envolvidos no esquema de corrupção. As autoridades afirmam que o foco é rastrear todo o caminho do dinheiro desviado, incluindo o destino final dos recursos e os mecanismos utilizados para ocultação e lavagem dos valores.

Além disso, o caso levanta discussões sobre a necessidade de aprimorar os sistemas de fiscalização e controle das emendas parlamentares. A transparência na alocação e execução de recursos públicos é um tema que se tornou cada vez mais central nos debates políticos, especialmente após a operação, que expõe a vulnerabilidade do sistema diante de práticas ilícitas como o desvio de verbos.