União Europeia aprova pacote de medidas contra aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos.
A União Europeia aprovou nesta segunda-feira um conjunto de medidas comerciais para retaliar o aumento de tarifas imposto pelo governo do presidente Donald Trump. A resposta mira produtos emblemáticos da economia americana, como soja, suco de laranja e carne, e deve acirrar as tensões entre os dois lados do Atlântico.
A decisão foi tomada após a Casa Branca anunciar um novo pacote tarifário sobre bens industrializados europeus, com a justificativa de proteger o setor produtivo nacional. Em resposta, Bruxelas definiu uma lista de itens que passarão a ser taxados, com foco em mercadorias de forte peso nas exportações dos Estados Unidos.
Segundo autoridades europeias, a retaliação é proporcional e visa equilibrar os efeitos negativos gerados pelas medidas unilaterais do governo americano. A proposta foi aprovada por unanimidade entre os países do bloco, e deve entrar em vigor nos próximos dias.
Entre os produtos atingidos estão a soja, item sensível para os produtores dos estados do Meio-Oeste; o suco de laranja, fortemente associado à economia da Flórida; e carnes bovinas e suínas, cuja exportação depende do mercado externo para manter os preços internos.
Bruxelas afirma que tentou negociar com Washington, mas que não houve avanço. “A Europa está aberta ao diálogo, mas não aceitará imposições que prejudiquem seus produtores”, declarou uma comissária responsável pela área de comércio. O bloco também avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando quebra de acordos multilaterais.
A retaliação ocorre em meio ao agravamento das relações entre Estados Unidos e Europa, com divergências que vão além das tarifas. A gestão Trump tem adotado postura cada vez mais nacionalista, o que tem afetado a cooperação em áreas como segurança, meio ambiente e tecnologia.
A medida preocupa setores econômicos nos dois lados. Exportadores americanos temem perdas bilionárias, enquanto empresas europeias avaliam os impactos sobre os preços e o abastecimento. Analistas preveem que o conflito pode afetar cadeias globais de produção e pressionar os mercados nos próximos meses.
A nova rodada de tarifas também pode ter reflexos políticos. A tensão comercial agrava o isolamento dos Estados Unidos em fóruns internacionais e fortalece vozes dentro da Europa que defendem maior autonomia econômica frente aos norte-americanos.
Apesar das declarações de ambos os lados em favor do diálogo, o clima é de endurecimento. A retaliação da União Europeia marca mais um capítulo da escalada protecionista iniciada com a volta de Donald Trump à Casa Branca e amplia o risco de uma guerra comercial prolongada entre aliados históricos.
