Pela primeira vez, o público feminino é maioria nas plataformas de apostas online, trazendo mudanças significativas para a gestão, o marketing e a experiência do usuário nesse mercado em expansão.
Pela primeira vez, as mulheres ultrapassaram os homens em participação no mercado de apostas online no Brasil. O crescimento representa uma transformação profunda em um setor historicamente dominado pelo público masculino, e que agora precisa se adaptar às novas demandas e perfis de consumo.
O levantamento aponta que a maioria das apostadoras tem entre 18 e 39 anos, possui ensino superior, pertence à classe média e reside majoritariamente em estados como São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. Esse perfil revela uma mulher conectada, informada, economicamente ativa e cada vez mais disposta a participar de mercados digitais antes considerados masculinos.
A presença feminina está redefinindo o comportamento dentro das plataformas. Mulheres tendem a buscar conteúdos mais explicativos, navegar por diferentes modalidades de apostas e demonstram maior interesse por mecanismos de segurança e confiabilidade.
Isso tem exigido das empresas do setor uma revisão profunda em suas estratégias de gestão, marketing e experiência do usuário. A comunicação precisa ser mais inclusiva, ética e personalizada, abandonando estereótipos e clichês do passado.
A gestão de produtos também passa a considerar aspectos como usabilidade, linguagem neutra, acessibilidade e ferramentas de controle de gastos, respondendo a uma demanda crescente por responsabilidade social e transparência.
As casas de apostas mais bem posicionadas no mercado já começaram a contratar especialistas em comportamento do consumidor, diversidade e inovação, com foco na fidelização desse novo público que representa uma fatia crescente da receita.
Com o aumento da presença feminina, há também uma ampliação na diversidade de interesses nas apostas. Esportes como vôlei, tênis e futebol feminino ganham mais espaço, ao lado de apostas em entretenimento, política e eSports.
Essa mudança de perfil amplia o potencial de mercado e exige uma gestão atenta às diferenças regionais e culturais. O crescimento em estados como Bahia e Rio de Janeiro indica que o fenômeno não se concentra apenas nos grandes centros urbanos do Sudeste, o que abre novas oportunidades de expansão geográfica.
Além disso, o avanço das mulheres nesse setor desafia a gestão a repensar as ações de marketing digital. Influenciadoras, criadoras de conteúdo e campanhas voltadas ao público feminino se tornaram estratégias eficazes para gerar engajamento e credibilidade.
O ambiente regulatório também entra em cena. À medida que o mercado se profissionaliza, cresce a necessidade de práticas mais responsáveis, especialmente em relação à proteção do usuário. O público feminino, historicamente mais cauteloso com fraudes e riscos financeiros, cobra mais rigor nesse aspecto.
Do ponto de vista da gestão de talentos, o setor também começa a abrir espaço para mais mulheres em cargos de liderança e áreas técnicas, refletindo a transformação no próprio perfil dos consumidores. A diversidade interna se torna um diferencial estratégico.
Plataformas que investem em conteúdo educativo, campanhas de jogo responsável e recursos de autoexclusão têm se destacado entre as preferidas por mulheres. Essa postura transparente e cuidadosa fortalece a reputação da marca e amplia a base de clientes fiéis.
Outro ponto de atenção é o impacto da presença feminina no ticket médio e no tempo de permanência nas plataformas. As mulheres tendem a ter comportamentos de aposta mais racionais e planejados, o que demanda métricas e análises específicas de comportamento.
Essa nova fase do setor de apostas não representa apenas uma mudança de público, mas uma evolução do modelo de gestão. O desafio agora é equilibrar crescimento com responsabilidade, inovação com ética, e personalização com inclusão.
O avanço das mulheres nas apostas online mostra que o mercado digital é um terreno cada vez mais plural. Para gestores atentos às tendências, o momento é de escuta ativa, adaptação ágil e valorização da diversidade como motor de inovação.