junho 25, 2025

Revendedores Lotéricos: Pilares Silenciosos da Sorte e do Serviço Público.

Comemorado em 26 de maio, o Dia do Revendedor Lotérico destaca a importância desses profissionais que unem atendimento ao cidadão e geração de oportunidades para milhões de brasileiros.

No dia 26 de maio, o Brasil celebra uma das categorias mais estratégicas e, ao mesmo tempo, menos reconhecidas do setor de serviços: os revendedores lotéricos. Presentes em quase todos os municípios do país, esses profissionais representam muito mais do que pontos de aposta ou jogos de azar. Eles são, na prática, agentes facilitadores do acesso da população a uma ampla gama de serviços financeiros e sociais, especialmente em regiões onde a presença bancária é escassa.

O Dia do Revendedor Lotérico foi criado para homenagear os responsáveis por operar as casas lotéricas, que são permissionárias da Caixa Econômica Federal. Eles não apenas oferecem os famosos jogos da Mega-Sena, Quina, Lotofácil e outros, mas também recebem contas, realizam pagamentos de benefícios sociais e prestam serviços bancários fundamentais para a população de baixa renda. Por isso, são considerados, por muitos especialistas, verdadeiros postos avançados de cidadania.

Ao longo das últimas décadas, os revendedores lotéricos se consolidaram como uma das principais portas de entrada ao sistema financeiro formal. Em muitos municípios, especialmente nas áreas rurais e periferias urbanas, a casa lotérica é o único lugar onde a população consegue realizar pagamentos, sacar dinheiro, obter informações e realizar outras transações sem ter que percorrer longas distâncias até uma agência bancária tradicional.

Além do papel social, o revendedor lotérico também é, por definição, um empreendedor. Cada ponto lotérico é gerido como um pequeno negócio, com custos operacionais, folha de pagamento, encargos e obrigações fiscais. Esses empresários assumem o risco da operação e trabalham diariamente para garantir a segurança, qualidade do atendimento e sustentabilidade financeira do serviço. Muitas vezes, enfrentam dificuldades como altos custos com segurança, inadimplência e falta de reajuste nas tarifas repassadas pela Caixa.

Em datas como esta, diversas entidades do setor reforçam a necessidade de valorização da categoria. A Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (Febralot) e os sindicatos regionais promovem campanhas de reconhecimento e pressionam por políticas públicas mais favoráveis ao setor, como a revisão contratual dos valores pagos pela prestação dos serviços à Caixa, que há anos não são corrigidos de forma compatível com a inflação e os custos operacionais.

É importante ressaltar que as casas lotéricas foram consideradas serviços essenciais durante a pandemia da Covid-19, permanecendo abertas e operacionais mesmo nos momentos mais críticos. Elas desempenharam papel decisivo na distribuição do auxílio emergencial, garantindo que milhões de brasileiros tivessem acesso aos benefícios governamentais de maneira rápida e segura. Esse esforço reforçou ainda mais o valor da categoria perante a sociedade.

A confiança da população nos serviços prestados pelos revendedores lotéricos é notável. Segundo dados da própria Caixa, o atendimento nas lotéricas alcança níveis elevados de satisfação. Isso se deve, em grande parte, à capilaridade e à proximidade que esses estabelecimentos têm com a realidade das comunidades onde atuam. O contato direto com os clientes, o atendimento humanizado e a flexibilidade na prestação de serviços são diferenciais que os bancos tradicionais nem sempre conseguem oferecer.

Com mais de 13 mil unidades espalhadas pelo país, as casas lotéricas movimentam bilhões de reais anualmente. Esse volume financeiro também é revertido em arrecadação para programas sociais do governo federal, como o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), a seguridade social e o esporte. Ou seja, além de atender à população, os revendedores lotéricos são fundamentais para o financiamento de políticas públicas.

Apesar de sua relevância, a categoria ainda enfrenta desafios estruturais e institucionais. A burocracia, os custos operacionais crescentes e a insegurança jurídica são apenas algumas das barreiras que dificultam a atuação desses profissionais. A luta por maior reconhecimento e melhores condições de trabalho é uma constante nas pautas dos sindicatos e das federações representativas.

Neste 26 de maio, data em que se celebra o Dia do Revendedor Lotérico, é fundamental reconhecer que esses profissionais são mais do que operadores de apostas: são empreendedores resilientes, parceiros do Estado na prestação de serviços essenciais, e, acima de tudo, agentes de inclusão social. Seu trabalho diário contribui para diminuir as desigualdades e levar dignidade a milhões de brasileiros.

Valorizar o revendedor lotérico é, portanto, valorizar o cidadão comum, que confia na lotérica para pagar sua conta de luz, sacar um benefício, apostar na sorte ou simplesmente ser bem atendido. Que essa data sirva de reflexão para a sociedade e para os órgãos governamentais sobre a necessidade de fortalecer e apoiar ainda mais essa categoria tão estratégica para o país.

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