Especialistas alertam para a necessidade de adaptação estratégica diante das mudanças legais e do mercado em transformação.
O setor de franquias no Brasil, que por muitos anos apresentou crescimento expressivo, começa a apresentar sinais de estagnação, refletindo uma conjuntura econômica desafiadora e a necessidade de adaptação frente a novos desafios jurídicos.
Especialistas em gestão empresarial e direito empresarial destacam que o ambiente regulatório para franquias está passando por transformações importantes, exigindo atenção redobrada das empresas para evitar riscos e litígios.
Entre os principais desafios jurídicos estão as mudanças na legislação que regulam contratos, publicidade e transparência, além da crescente fiscalização sobre práticas comerciais e relações entre franqueadores e franqueados.
Essa nova realidade demanda uma gestão mais proativa, que envolva não apenas o cumprimento das normas, mas também o desenvolvimento de estratégias que protejam as marcas, fortaleçam a governança e promovam o alinhamento entre as partes.
Além do cenário jurídico, o mercado também aponta para um momento de maturidade no setor, com maior concorrência, mudança no comportamento do consumidor e avanço do comércio digital, que impactam o modelo tradicional de franquias.
O crescimento mais lento do setor exige das empresas uma revisão dos seus planos de expansão, com foco em inovação, experiência do cliente e eficiência operacional para manter a competitividade.
Outro ponto importante é a profissionalização da gestão das franquias, com investimento em capacitação, uso de tecnologias e análise de dados para apoiar a tomada de decisões mais assertivas.
No âmbito jurídico, consultorias recomendam revisão detalhada dos contratos e adoção de cláusulas que possam proteger contra riscos emergentes, como questões relacionadas à privacidade, responsabilidade por conteúdos digitais e compliance.
Para os franqueados, a transparência e o suporte oferecidos pelos franqueadores são essenciais para garantir segurança no investimento e viabilidade dos negócios em um mercado cada vez mais exigente.
A adaptação ao ambiente digital é outro desafio, pois muitas franquias precisam integrar canais online e offline, o que requer gestão eficiente de estoques, logística e atendimento.
Diante da estagnação, o setor tem buscado diversificação de formatos e segmentos, com franquias menores, focadas em nichos específicos, e modelos mais flexíveis que se adaptam às novas demandas.
As associações do setor têm atuado para apoiar as empresas nesse momento de transição, promovendo debates, cursos e advocacy para aprimorar o ambiente regulatório e estimular a inovação.
A sustentabilidade e a responsabilidade social também ganham espaço na agenda dos gestores, alinhando o negócio com as expectativas dos consumidores modernos e investidores conscientes.
Além disso, a gestão de riscos jurídicos passou a ser integrada ao planejamento estratégico, com equipes multidisciplinares trabalhando para identificar e mitigar potenciais problemas.
O ambiente econômico desafiador, com inflação e instabilidade, contribui para a cautela dos investidores e para a busca por soluções que garantam resiliência e crescimento sustentável.
Por fim, os especialistas destacam que o futuro do setor de franquias dependerá da capacidade de inovação, gestão eficiente e adaptação às novas demandas jurídicas e mercadológicas.
